quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Beatrix Potter

   Eu gosto de desenho animado, mas não desses que fazem hoje, são uns personagens feios, mal desenhados como os Sinpsons e South Park. Meu estilo é mais os da Disney, Tio Patinhas, Pato Donald, Margarida, Mickey que são bem desenhadinhos e não dão nojo. Mas os meus preferidos mesmo são os das ilustrações de Beatrix Potter, aliás, ela é uma das escritoras que eu admiro, um ídolo! Quando eu começo a reclamar que não consigo publicar um livro me lembro dela que apesar de ser muito rica só conseguiu publicar o primeiro na 80.a tentativa, isto é, tentou setenta e nove vezes e nada, mas não desistiu. Eram histórias infantis mas tinham sempre uma lição de moral que as tornou muito atuais.
    Helen Beatrix Potter tinha as letras na alma, pincéis e tintas como encantamento! seus pais que eram muito ricos, o pai era louco por fotografia e vivia frequentando clubes de cavalheiros, a mãe, de família abastada também passava seu tempo também nas altas rodas da sociedade fazendo amizades. Não entendiam porque sua única filha ficava o tempo todo em casa debruçada sobre folhas de papéis acompanhadas de tintas e pincéis a covresar com seus bichos de estimação e as reproduções que fazia sob a luz da lareira. Além disso odiavam a idéia de ter uma filha escritora, que queria viver de seu trabalho. Era inaceitável naquela época, segunda metade do século XIX, que uma pessoa de sua classe quisesse trabalhar, era o tempo da segunda revolução industrial que fez os ingleses muito ricos e os patriarcas achavam uma desonra que algum de seus filhos trabalhasse para viver.




   Para nós isso pode parecer um absurdo mas era assim mesmo. Beatrix nasceu em 1866, em Londres, era uma menina sonhadora que recusava todos os seus pretendentes, tinha algo a fazer! queria escrever histórias para crianças e o fazia divinamente, com aquelas ilustrações primorosas das quais eu morro de inveja - boa inveja - por não saber fazer nem um tracinho! Casou-se tarde, aos 47 anos, mudou-se para o campo onde não parou de escrever e engajou-se em campanhas de preservação do meio-ambiente, comprou acres e acres de terra para que  não se transformassem em condomínios, sua intensão era não deixar as fazendas, quintas e granjas sobreviverem à industrialização, e para isso contou com a ajuda do marido que no momento não me lembro do nome.
   Ela não teve filhos, suas terras ficaram com uma ONG que até hoje cuida delas, além de escrever, Miss Potter criava carneiros, evitou a extinção de um tipo destes. O primeiro filme de animação que eu vi foi em 2007, fiquei encantada, passava todas as tardes na TV Cultura, eu não perdia um, assistia com minha sobrinha Mariana que também gostava das Histórias de Pedro Coelho ou Peter Rabbit e seus Amigos.


    Ela morava numa casinha assim, linda, de primeiro andar, cheia de flores, quando ia à cidade mais próxima, tinha uma charrete e o cocheiro a levava, as ruas  me pareciam estar sempre enlamenadas afinal na Inglaterra chove o tempo todo! e naquela época ainda mais! Morreu velhinha, com quase oitenta anos mas sempre com seus ideais de preservação da natureza, uma natureza que ela amava, os bichinhos de casa e das matas, o lago, as flores do jardim, a lareira, os papéis e as tintas. E ficou sendo a minha escritora-ilustradora preferida!
   Virou filme em 2006,com Reneè Zellweger no papel principal,  filme que eu só consegui assistir no ano passado.
   Apesar de saber como era a vida de quem era pobre naquela época, gosto muito de ver filmes nela ambientados, gosto da moda, os vestidos são lindos, as roupas das crianças também, o campo é verdinho cheio de flores coloridas, é como "O Jardim Secreto". E chove, como chove! Mahria me deu um livro , "A Linguagem das Flores" de  Sheila Pickles, tem muitas ilustrações da época, é lindo!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Gente personagem, gente que a gente conhece

Hoje pela manhã eu estava procurando um conto que escrevi em 1982, sobre uma casa assombrada aqui nas cercanias da cidade, provavelmente será o meu terceiro ou quarto livro (e ainda não terminei o segundo). Foi quando eu trabalhava numa loja de departamentos no centro e costumava escrever aventuras usando como personagens os meus próprios colegas. O título do conto era "A Casa da Noite Eterna" depois eu tive de mudar porque havia um filme com este nome, deixei para lá, já não via mais as pessoas que estavam ali, em ação, mistura de mistério com investigação policial. Gosto deste tema porque tenho de estudar a história da cidade, pesquisa literária e de campo, eu fui mesmo dar uma olhada nos lugares para descrevê-los da melhor maneira possível. Quando estudei Escrita de Roteiro para Áudio-visual , durante o Festival de Inverno há uns doze anos, o professor disse que era fundamental que se conhecesse o lugar onde se localiza a história. Deste conto fiz um roteiro para curta-metragem, infelizmente o projeto não foi à frente.
Pena que tudo tenha se modificado tanto, mas é a lei do progresso, é a ordem das coisas. Tudo nasce, cresce, se modifica e se não tiver cuidado morre logo.
Hoje não tenho mais contato com alguns dos meus ex-colegas que serviram de modelo para personagens, mas ainda vejo muito Kátia Cristina Jones, que virou professora, mas é professora de verdade e não como eu, um arremedo. Meu amigão Chá Preto morreu já faz um tempo, ele já era bem velhinho quando trabalhávamos na mesma loja, vivia me dando chocolate, frutas e suspiros. Saudades de Chá Preto. Valderez, Quitéria Alves, Geni, Adelnor, Gilvan, Ananias, Fátima e Ivamário, ainda escreverei um "retorno", reunindo a turma mesmo que pelo teclado. E tem mais uma pessoa especial, aliás, duas: Nelson e Socorrinho Wanderley, inesquecíveis, e nosso Bando Feliz do Grupo Jovem da Santa Terezinha. Pessoas da melhor qualidade.

sábado, 20 de novembro de 2010

A melhor invenção do Mundo!

Um dia uma pessoa me perguntou, foi na semana passada, de todas as invenções do mundo qual eu achava a mais importante. Nem pensei direito para responder: a Internet. Se não fosse a Internet hoje eu estaria como antes do dia 11 de outubro: escrevendo, engavetando, depois rasgando e queimando papel. Nunca me atreveria a fazer alguma coisa que realmente me fizesse sentir feliz, que me realizasse, as pessoas acham estranho, principalmente meus antigos colegas de escola que quando me encontram, perguntam: "E então? casou?" então respondo:"Não. Escrevi um livro." Uns riem sem jeito outros arregalam os olhos e dizem:"Foi mesmo?" Às vezes fico impressionada com isso porque eu sempre fui quieta demais, sempre gostei muito de ler e escrever, não sei porque estranham!
Mas foi a Internet, sem dúvida nenhuma. O computador. Peço desculpas ao papel, não sei mais escrever nele com uma caneta ou lápis por muito tempo como fazia antigamente. Eram historinhas bobas com os meus ídolos da televisão, os caras mais legais das sérieas de ficção científica e policial, mas naquela época eu sabia que ninguém ia ler, que ninguém ia prestar atenção numa menina boba que mal falava, sonhadora, escrevedora, fraquinha e sozinha. Ah, tinha umas que diziam que eu ficava inventado palavras porque quando estudei nim colégio de freiras aprendi a rezar a Ave Maria em latim. Irmã Mância, Irmã Maria, Irmã Gertrude, Professora Madalena, minha primeira melhor amiga Maria José. Nunca mais as vi. Lembrei agora do meu primeiro texto, eu deveria ter uns oito anos "O menino atravessou a rua, havia uma poça de água, ele estava correndo e caiu, ficou uma hora desacordado." Pronto, quer dizer, não foi um texto, foi uma frase, mas nunca esqueci. A Diretora era muito zangada, séria, mas foi naquela escola que aprendi a escrever, todo início de ano vou lá, não fizeram muitas reformas, as primeiras salas foram conservadas e a salinha da Caixa Escolar foi transformada em sala de aula, foi lá, pela primeira vez que eu vi uma caixa de lápis de cor enorme - eu era pequena - tinha umas cores que eu não gostava mas o cheiro de lápis novo é o bicho! e caderno novo, vocês já sentiram cheiro de caderno novo? mas caderno que a gente pega nas estantes das papelarias, supermercado não vale. Dá vontade de escrever bem muito, todas as coisas que aparecem dentro da cabeça...
O computador é diferente, mas eu sinto como se ele fosse parte da minha cabeça, principalmente o teclado e o monitor, é um mundo que você faz e se não gostar apaga. E com a Internet pode aprender uma infinidade de coisas. É a melhor coisa que os homens já pensaram e fizeram.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Das boas coisas do passado...

Acho que hoje acordei com um certo saudosismo, do tempo em que eu era criança, deve ser a proximidade com o Natal, é uma época que desde que eu era bem pequena adorava. Mas, sabem do que eu tenho mais saudade? daquela àrvore de Natal feita com um arbusto desfolhado, enrolado com algodão onde se penduravam bolas frágeis que a gente só podia pegar com muito cuidado! e daquele cheiro de roupa nova, do se preparar para ir à sapataria comprar sapatos de festa. Eu gostava, gostava mais do que hoje, parece que as coisas perderam um pouco do significado. Papai Noel sempre houve, apenas chegou o tempo de não acreditar mais nele, mas naquele tempo...naquele tempo nós nos preparávamos para ver o menininho na mangedoura do presépio da Igreja, não era nada, mas tinha um significado maior do que uma roupa nova, cheia de brilho, um para de sapatos envernizados ou presentes que sempre não vinham ou vinham de outro jeito. A gente sabia que o menininho era quem trazia a paz e a esperança, é claro que não era aquele do presépio mas, a gente sentia mesmo a presença dele por perto! Sou uma tola, não é? mas é a proximidade com o Natal.


Fazer para simplesmente ter...


         Eu costumo fazer caminhada, não todos os dias como gostaria, mas existem as ladeiras, e tenho visto realmente a vida com outros olhos, outras cores, outras formas mesmo que nada tenha mudado fisicamente. Gente! como Garanhuns é uma cidade bonita! e tem quem não dê valor. Ouço muito as pessoas reclamando disso e daquilo, que a noite na cidade é um breu total, que não tem para onde ir. Outros dizem que querem transformar a cidade num pólo educacional, mas, se a vocação da cidade for essa mesmo? afinal outras coisas já vieram e não deu certo e de quem é a culpa? nossa! para uma cidade crescer as pessoas que nela nascem ou moram tem principalmente que amá-la, e cuidar do seu lugar mesmo que seja numa periferia braba e cobrar dos de dever providências para os problemas mesmo que eles fiquem com raiva, é ficar no pé do cara até ele se tocar e fazer o necessário. Falando nisso vem logo ao meu pensamento a praça da Bandeira, gente, está triste, parece doente, cheirando a urina choca, sem beleza, toda descabelada, precisando urgentemente de uma poda, mas sempre foi um lugar lindo, cheio de flores e aquele caramanchão ao centro! E a Pça. Irmãos Miranda? continua aquela vergonha, será que os altos funcionários da Prefeitura não veem aquilo? é desumano, é absurdo! será que é tão difícil para a Secretaria de Obras ou qual de dever chegar ali, no centro da cidade e organizar? dar condições daquele lugar funcionar direito? aqueles cubículos onde os consertadores de sapato e sobrinha ficam parecem um trem nazista, todo mundo apertado ali, junto aos pontos de ônibus, é um caos de verdade, principalmente quando chove. 
          Mas e aí? é ficar apenas reclamando e dizendo que a cidade é uma coisa parada no tempo? está na hora da gente fazer alguma coisa, eu já fiz parte de tanto grêmio cultural que nem me lembro, mas nenhum foi à frente, não passa da inauguração, com discurso e coquetal, mas quando chega a hora da verdade surgem as panelinhas e ninguém consegue fazer coisa alguma. Está mais do que na hora de todos nós tirarmos nossas bundas do sofá e fazermos alguma coisa por este lugar que tanto amamos ou ficaremos eternamente lamentando. Roma só chegou a ser um grande império porque os romanos lutaram por ela e porque amavam o seu lugar.
        Mas vejam se não estou dizendo a verdade, a cidade é bonita mesmo, se fosse bem cuidada, seria realmente uma princesa e barraria todas as outras da região. Tem um monte de coisas legais é só olhar com os olhos do amor, parar de dizer que "essa cidade não tem nada" e fazer algo para que ela simplesmente ter.

O primeiro livro você não esquece...

  Prefiro falar do meu livro. "Hyacinthe", foi o primeiro, levou um tempinho para eu me conscientizar que não precisava escondê-lo. Ele é o "amorzinho da minha vida", às vezes as pessoas estranham isso, mas eu não, deve ser coisa de escritora. Agora posso dizer que deixei minha marquinha no mundo, um tanto polêmica, outro tantinho romântica, com uns pingos de drama policial, a minha cara! o tipo de coisa que eu gosto de ver nos filmes e ler nos livros. Escrever é um mistério e o meu problema era este mesmo: escrever e engavetar, quando não rasgava ou queimava os manuscritos. Você sabe a felicidade que se sente quando se vê uma obra impressa levando seu nome, sua idéia jogada no mundo da forma que você sempre pensou em fazer? Agora, depois de tanto tempo, pois escrevo desde criança, tive coragem de expor uma história, fazer um livro...e estou muito, mas muito feliz mesmo!
 Sabe o xodó da titia? pois é, é ele, estou quase terminando o segundo volume, nem sei o nome que vou lhe dar, mas eu sei que sempre irei gostar mais deste aí, é uma mistério! nunca pensei que fosse capaz de escrever algo assim, nunca me passou pela cabeça, eu já havia feito outros contos com aventura principalmente...mas é assim, é como um filhinho! e eu amo todos os personagens, até os bandidinhos, sei que devo dar-lhes um fim conveniente mas penso: "Oh, coitado! ele tem lá seus motivos!" De qualquer jeito preciso ser exemplar, por isso esse negócio de trilogia, é porque você fica com saudades dos personagens e não quer se afastar dele e fica arrumando mais idéias para encrencá-los. Mas eu amo mesmo o meu Luigi, ele é lindo, quando eu o idealizei, disse: tem de ser a coisa mais linda do mundo, algo irresistível que conseguisse domar uma criatura poderosa como Messala, e enternecer Murena, eles são os meus mais ardentes amores. Mas teria de haver um lugar para a razão e eu a pus em Octávia, a criatura estranha que ama os três.
  Eu sou uma sonhadora, gosto de futebol, já faz um tempo e nada melhor do que o esporte bretão para servir de pano de fundo para um triângulo amoroso. E Roma é o meu mais antigo amor, Dardânia Roma, filha das chamas de Tróia! ah, Virgílio! Ovídio, Homero! minha gratidão.